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História de Comendador Soares

História de Comendador Soares

Francisco José Soares, o Comendador Soares:

Conheça um pouco sobre a história de Comendador Soares e sua importância para o desenvolvimento da região.

Contribuições para a autonomia econômica e política de Nova Iguaçu.

Por: Profª Aparecida Alves dos S. Coelho. Pedagoga, professora da rede municipal de Nova Iguaçu, doutoranda em Ciências da Educação com Especialidade em Organização e Administração Escolar pela Universidade do Minho/PT.

O legado histórico de Francisco José Soares – o Comendador Soares – o qualifica como um dos vultos iguaçuanos, a iniciar a presente série. Francisco José Soares nasceu em Portugal, em 19 de novembro de 1798; veio com 17 anos para o Brasil, chegando em 1815, sob a responsabilidade de seu tio, o padre Bento José Soares. Instalou-se na freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, atual Nova Iguaçu.

Trabalhou administrando fazendas de proprietários de terra da região, e também se associou a Jacinto Manoel de Souza e Mello em pequeno comércio de padaria. Possuía grande influência na política da região, além de comerciante e proprietário de terras. Após a elevação do povoado de Iguassú à categoria de Vila, intensificou sua atuação na política local.

Embora o decreto de 15 de janeiro de 1833.1 elevasse a povoação de Iguassú à Vila, e assim, como sede do município, compreendesse as Freguesias de Iguassú, Inhomirim, Pillar, Santo Antônio de Jacutinga, e São João de Merity, e parte da Freguesia de Marapicu, esse status foi perdido em 1835.

Desejando a autonomia do município, Francisco José Soares não media esforços nessa luta, que não foi em vão. Com efeito, os historiadores asseveram que o Comendador Soares “foi nesse momento baluarte da defesa de sua dignidade e autonomia da cidade”2.

Tendo sido preponderante para a instalação da Vila e, consequentemente, a da Câmara de Vereadores, Francisco José Soares foi eleito intendente geral, o principal cargo político-administrativo da região, exercendo as funções executivas da Câmara durante oito anos, de 1837 a 1844, após dois mandatos seguidos.

Além desses mandatos, Francisco José Soares voltou a exercer as funções executivas na Câmara entre 1851 a 1856, retornando à Presidência da Câmara nos anos de 1869 a 1872. Muito influente na política regional, Francisco José Soares foi também Presidente da Comissão encarregada da edificação da nova matriz na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga no ano de 1867; e Conselheiro da Sociedade Popular Iguaçuana no ano de 1868.

Francisco José Soares morreu em 20 de julho de 1873. Com o prestígio conquistado, muitas homenagens foram concedidas. Hoje, na cidade de Nova Iguaçu, há a Rua Comendador Soares, localizada no Centro, e ainda o bairro Comendador Soares, que é cortado pela linha férrea, possuindo parte do seu território a leste e, a outra parte, a oeste da estação ferroviária.

Além da fundação da Câmara Municipal de Vereadores de Nova Iguaçu, o Comendador Soares permitiu que os trilhos da Estrada de ferro Central do Brasil passassem em suas terras, a então Fazenda Morro Agudo. A estrada de ferro agiu como importante agente de expansão da cidade do Rio de Janeiro em direção à Baixada Fluminense.3

1DUTRA, Amanda Nogueira. Morro Agudo ou comendador
Soares? O conflito de memória em relação ao nome de um bairro
de Nova Iguaçu. UFRRJ. P.7.2014.
2 DUTRA, Amanda Nogueira. Morro Agudo ou comendador
Soares? O conflito de memória em relação ao nome de um bairro
de Nova Iguaçu. UFRRJ. P.8.2014.
3RODRIGUES, Adriano Oliveira (2006), de Maxambomba a
Nova Iguaçu (1833-90’s): economia e território em processo.
Dissertação do Mestrado. Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano e Regional -IPPUR/UFRRJ, p. 36.

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